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O mundo perfeito do comercial de margarina



Acho que nunca gostei de margarina. Mas era a opção que tinha em casa, pelo menos até meus 20 anos. Casei cedo para certos padrões, mas para os padrões dos comerciais de margarina, foi tarde. Sabemos muito bem (hoje em dia) que margarina só faz bem nos comerciais, nem mesmo na selva algum inseto se alimentaria daquilo - só por aí já se vê que o contexto dos comerciais de margarina já começa sendo falso.


Falei de casamento, foi aos 24 anos, separei antes dos 30. A gente nota diariamente que os rótulos ou que os padrões de comerciais ou das novelas facilmente sucumbem à vida real, ao dia-a-dia de uma vida cheia de estímulos e posições bem claras e, normalmente divergentes sobre fatos e sobre ideias de como educar filhos ou simplesmente viver a vida, né? E que bom que somos assim!


O que eu quero dizer com tudo isso? Nada. Quero mostrar pra você que é possível ter uma vida sem os rótulos. Há poucos dias, conversando com meu filho de dez anos em uma caminhada, notei que a fala dele estava ficando cheia de rótulos, daqueles que, nitidamente, vinham de opiniões muitas vezes ideológicas construídas na escola, do youtube, dos usuários de aplicativos de entretenimento (não infantil, falha minha aqui!). Mas será que é possível manter crianças em um cercado até que tenham o discernimento correto?


Não acredito que seja, sem tolher sua capacidade de julgamento e evolução, não. Isso será assunto para outra conversa. Eis que ele me disse com todas as letras, literalmente: "Pai, sabia que alguém LGBTQM+ não pode se casar com alguém hétero?" Prontamente eu respondi: "Não. Pra mim, pode! O que é LGBTQM+?, emendei." Deu pra entender que eu não sabia o que a sigla significava e, pra minha surpresa, ele também não. Ufa!


"Pai, sabia que alguém LGBTQM+ não pode se casar com alguém hétero?

Quero dizer com tudo isso que, na maioria das vezes, rotulamos só por rotular, sem nem mesmo saber exatamente aquele contexto ou aquela história. Completei o diálogo, somente para concluir o raciocínio e pra você entender como "me livrei dessa", dizendo: "Acho que ninguém pode limitar as vontades do outro somente por um rótulo, se alguém quiser casar com alguém, que se case, ué! Não tem a ver com o rótulo, mas com a vontade do sujeito. Talvez isso ficou confuso pra ele, mas vamos ter outras oportunidades de corrigir isso.



E, quando alguém tentar dizer

que você é isso ou aquilo,

tentando te colocar em uma caixinha, pra separar

de outra caixinha, ou de um armário inteiro, lembre-se de

ampliar sua consciência, seu conhecimento, sua forma

de pensar para poder sair da caixinha e ganhar o mundo.




Porque é no mundo que estão todas as caixinhas e, somente quando pudermos conhecer e respeitar todas essas opiniões estaremos prontos para sair das caixinhas, do quarto, da casa e ganhar o mundo com total capacidade de sobreviver nele com o menor impacto negativo possível.

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